Criação, circulação, registo áudio e edição de obras de música portuguesa contemporânea, numa perspetiva reflexiva

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Este projeto visa incentivar e apoiar a criação, a circulação, o registo áudio e edição de obras de música portuguesa contemporânea em partitura e em CD, numa perspetiva reflexiva, envolvendo as áreas da composição, da performance e do som e tecnologias da música.

É um projeto que tem a Escola Superior de Música de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa como instituição proponente e que conta com a colaboração da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto, do Departamento de Música da Escola de Artes da Universidade de Évora e ainda da associação MPMP – Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa.

Título|Title:Criação, circulação, registo áudio e edição de obras de música portuguesa contemporânea, numa perspetiva reflexiva

Acrónimo | Acronym:CCRE-MPC

Programa/Apoio | Program/Support:Projecto financiado no âmbito do Portugal 2020 AAC Nº02/SAICT/2016

Coordenação | Coordination:Carlos Marecos

Equipa | Team:Carlos Marecos (ESML) Carlos Caires (ESML) António Pinho Vargas (ESML) José Luís Ferreira (ESML) Francisco Santiago (ESML) Sérgio Henriques (ESML) Carlos Azevedo (ESMAE) Gustavo Almeida (ESMAE) Christopher Bochmann (UE)

Estado | Status:Concluído

 

Entidades participantes
Escola Superior de Música de Lisboa, do Instituto Politécnico de Lisboa
Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo, do Instituto Politécnico de Lisboa do Porto
Departamento de Música da Escola de Artes da Universidade de Évora
MPMP – Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa

 

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“(…) Tired with all these, from these would I be gone, Save that, to die, I leave my love alone.” (William Shakespeare, Soneto 66)
A escrita desta obra deu-se no âmbito do meu mestrado em composição cujo objeto de estudo é a relação da pintura com a composição musical. Neste sentido, a escrita desta obra iniciou-se pelo estímulo visual de uma pintura de Wassily Kandinsky e da reflexão sobre o livro de Rudolf Arnheim: O Poder do Centro.Os fatores determinantes na escolha da pintura foram a sua beleza e o facto de conter figuras geométricas bastante precisas – círculos, triângulos, linhas retas, entre outros – que parecem ter sido feitos com régua. O cuidado…
Tertúlia (2018) é uma obra composta para o Grupo de Música Contemporânea da Universidade de Évora; é uma de dez peças escritas para a respectiva formação anual deste grupo.A peça é uma sequência de várias secções de características diferentes. A duração variável de cada uma destas secções define certos pesos diferentes e constantemente flutuantes, alterando assim a perspectiva com que se aprecia cada tipo de música.Em termos objetivos, a forma é: ABACBADBCABDCDE. Cada uma das secções A, Be Cé de tamanho diferente; apenas a secção De sempre do mesmo tamanho.…
Esta peça é inspirada em quatro terras do interior de Portugal: – Paul, na Beira-Baixa; Reguengos de Monsaraz, no Alentejo; Miranda do Douro e Paradela, em Trás-os-Montes. No interior de uma linguagem que não é tonal, modal, nem atonal; algumas melodias oriundas dessas terras habitam esta peça, por vezes de forma submersa, empoeirada, distorcida, desgastada pelos elementos, outras vezes de forma filtrada mais límpida e pura. Carlos Marecos
Esta é a última obra composta por José Luís Ferreira, colega e amigo que nos deixou em 2018. Spinning II (2017), para piano a quatro mãos, não foi estreada em vida do autor, não chegando sequer a existir o contacto entre compositor e intérpretes sobre a sua realização. Fazendo José Luís Ferreira parte dos investigadores deste projecto, e tendo estes pianistas já privado com o compositor no contexto de outras obras, fez todo o sentido incluir a obra neste trabalho e assim deixar este registo da sua última criação. A…
2015

Reflectir

Compositor(a)
Reflectir Reflectir não é sentir o coração. É resolver o complexo, torná-lo simples. É dar a entender mais do que o que vejo. Pensamento em plena interacção.   Reflectir é, porém, meu problema. É um dilema eterno sem fim à vista. Nem sei o que hei-de fazer. Nem mesmo dizer consigo.   E assim reflecti acerca de reflectir.   (João Llano)
2017

Quéops

Compositor(a)
Esta obra musical foi iniciada numa altura em que me preparava para escrever uma série de quartetos. Desse modo, defini à partida que o número “quatro” fosse base do processo composicional, funcionando como um esqueleto deste trio.Assim, “Quéops” é uma narrativa que se divide em quatro blocos formais distintos, cada um com uma personalidade bem vincada e distinta.A coexistência dos números “três” e “quatro” é comum a esta peça e a qualquer pirâmide triangular (sólido constituído por 4 faces, mas apenas 3 arestas por face), como é o caso do…
2015

Prana

Compositor(a)
Prana (sopro de vida) é, segundo as antigas escrituras da filosofia hindu, a energia vital universal que premeia o cosmos, absorvida pelos seres vivos através do ar que respiram. Acredita-se que utilizando vários gestos respiratórios, afim de exercitar e controlar a respiração, é possível controlar a fluidez da energia vital atingido determinados estados de espírito. Traduzir este arquétipo para um discurso musical foi umas das principais energias impulsionadoras para criação destas peça. A sua estrutura foi definida através de diferentes gestos esboçados com intuito de imitar um exercício respiratório, que…
“Positive messages in a falling apart world” vem da minha análise e ponto de vista, num sentido mais global, acerca do mundo em que vivemos. Proponho-me a criar uma narrativa que entrelaça momentos catastróficos com pontos de luz que criam serenidade, tal como momentos de alívio e felicidade num mundo em constante degradação e guerra. Por isso baseei a peça num poema de Fernando Pessoa que retrata em pleno esta visão, quando “em plena vida e violência (…) a mente já desperta da noção falsa de viver”, “vê que pela…
2017

Pianissimo

Compositor(a)
Pianissimo é uma peça para piano com orquestra de sopros e electrónica.Não se trata de uma escrita propriamente concertante, com diálogos e alternâncias solista/tutti mas antes de uma peça para piano expandido timbricamente pelos sopros percussões e electrónica.O Piano, instrumento que fez parte da minha formação de músico e que se constitui como uma preciosa ferramenta de trabalho na minha actividade enquanto compositor, significa harmonia, ressonância, mas também ritmo e percussão. São estas as principais linhas de força que guiaram a criação de pianíssimo.Esta peça é dedicada aos meus amigos…
A obra Sopro do Côncavo foi composta no âmbito do III Concurso Nacional de Composição da Banda Sinfónica Portuguesa tendo sido posteriormente premiada e dirigida na sua estreia pelo Maestro Pedro Neves, na Sala Suggia da Casa da Música, no Porto, em Fevereiro de 2015. [em 2017 a obra foi revista pelo compositor.] De uma perspetiva muito abstrata e direcionada para a forma da peça, assistimos três momentos que refiro nestas breves notas pela importância que eles representaram para mim na estrutura poética da obra. Inicialmente o vazio que nos…
2010

O Jardim

Compositor(a)
Inspirado no conto de Rubem Fonseca, “Henri”, o que aqui temos é uma variação desse mesmo conto.Paris ocupada (1940) e Henry, o homem que não pode escapar a quem é.O que nele habita não o deixa fugir, mesmo se há uma psicanalista que pode (ou poderia) servir-lhe de espelho redentor.Sucede que quem mata e faz desse ofício a meticulosa tarefa de mergulhar dentro de si, não pode encontrar redenção.É Henry, o florista. Ou de certo modo (ou de modo muito muito certo), somos nós todos: por detrás da aparente fragilidade…
O Universo não foi criado. ‘Nada’, por definição, não existe. Sendo que ‘nada’ não pode existir o que resta é a existência. A existência é infinita. Não tem início. Não tem fim. E, assim sendo, não tem criador. No entanto, existe uma origem do universo, uma vez que este universo não é existência. É, meramente, uma infinita pequena parte da existência. Este universo é um evento espontâneo e inevitável dentro da eternidade da existência. Todo e cada evento pode, quer e já aconteceu… incluindo este universo.
2017

Nadir

Compositor(a)
Esta obra nasceu duas vezes e morreu uma. Uma primeira versão foi iniciada no fim de 2016 que chegou aos 6 minutos até ser completamente amarrotada e deitada ao lixo. No início de 2017 comecei a escrever aquela que viria a ser a ‘verdadeira’ Nadir. Foi esta morte que me impulsionou a escrever a obra da forma que ela existe agora – 6 minutos de música e meses do maior bloqueio criativo. Mote – usar as fraquezas como armas, usar o sofrimento como ferramenta.
Esta peça, escrita em 2000, marca uma mudança no meu modo de pensar a composição, pois decisivamente, o fenómeno de ressonância passou a ser estruturante na minha escrita. Essa ressonância não é apenas a da sala de concerto mas também a da escrita musical, onde determinados instrumentos assumem essa função na textura. Há ainda que contar com a espacialização da música pela sala de concerto, com os instrumentistas em torno do público, estando 13 clarinetes em palco e 8 (3+3+2) fora do palco, envolvendo o público (nesta versão o clarinete…
Este projecto surgiu da vontade em executar uma obra para contratenor diferente do repertório praticado habitualmente por este tipo de voz. Ao longo da investigação realizada com esse objectivo, constatámos a diminuta produção de obras contemporâneas de autores portugueses – as únicas com que nos cruzámos escritas especificamente para contratenor foram a ópera “Das Märchen” de Emmanuel Nunes, estreada no Teatro Nacional de São Carlos a 25 de Janeiro de 2008, em que a personagem Fogo-Fátuo foi interpretada pelo cantor de origem inglesa Andrew Watts, e a ópera “Os Dias…
Este projecto surgiu da vontade em executar uma obra para contratenor diferente do repertório praticado habitualmente por este tipo de voz. Ao longo da investigação realizada com esse objectivo, constatámos a diminuta produção de obras contemporâneas de autores portugueses – as únicas com que nos cruzámos escritas especificamente para contratenor foram a ópera “Das Märchen” de Emmanuel Nunes, estreada no Teatro Nacional de São Carlos a 25 de Janeiro de 2008, em que a personagem Fogo-Fátuo foi interpretada pelo cantor de origem inglesa Andrew Watts, e a ópera “Os Dias…
Este projecto surgiu da vontade em executar uma obra para contratenor diferente do repertório praticado habitualmente por este tipo de voz. Ao longo da investigação realizada com esse objectivo, constatámos a diminuta produção de obras contemporâneas de autores portugueses – as únicas com que nos cruzámos escritas especificamente para contratenor foram a ópera “Das Märchen” de Emmanuel Nunes, estreada no Teatro Nacional de São Carlos a 25 de Janeiro de 2008, em que a personagem Fogo-Fátuo foi interpretada pelo cantor de origem inglesa Andrew Watts, e a ópera “Os Dias…
Em Memória | Okiya Flor, livremente inspirada no livro Memórias de uma Gueixa de Arthur Golden, realiza-se uma síntese dramática e poética das memórias de uma rapariga japonesa de olhos claros – a Aprendiza –, que perdeu a família no incêndio da sua aldeia e que, sem que lhe fosse dada escolha, foi admitida numa casa de gueixas (Okiya), pela respetiva proprietária e gerente – a Mãe. Na Okiya, a mais experiente (também a mais rentável) e mais bonita gueixa de todas – a Gueixa – vê a sua posição…
Escrita para o Festival UNDERSCORE 2017.O video consiste em um excerto do filme Blue Angel de Josef von Sternberg - estrelando Marlene Dietrich.A música original é "Falling in Love Again (Can't Help It)" de Friedrich Hollaender, Alemanha 1930.Escrita entre 2011 e 2017 como parte do meu portefólio de composição do meu primeiro (1º) ano de mestrando na Escola Superior de Música de Lisboa.
Num multiverso coexistem diferentes universos, tais como o nosso, que no decorrer de milhões de anos expandem-se e contraem-se até colapsarem numa singularidade. Tendo em conta que é possível atravessar de um universo para o outro por meio de buracos negros e buracos brancos, é fácil se perder na imensidão do espaço. E da mesma forma que eventualmente na nossa pesquisa encontraremos pelo meio algum cataclismo estelar como a explosão de uma supernova, também é fácil ficar sozinho no meio de um grande vazio. O grande ensemble permite acompanhar musicalmente…
2015

Double

Compositor(a)
«Double» (2015) é uma peça composta para dois percussionistas brilhantes, Miguel Ferreira e Tomás Moital, para os quatro percussionistas que os acompanham e muito especialmente para a Orquestra de Sopros da Escola Superior de Música de Lisboa, no ano do seu 10º aniversário. O seu nome deve-se à natureza compósita dos seus solistas, que contagia os percussionistas da orquestra e todos os seus elementos, num jogo de espelhos de resultados imprevisíveis. Depois de um primeiro momento, em que, como resultado do seu contracenar, vemos aparecer uma alternância entre secções mais…
Ditados da Consciência é uma obra de cariz minimal repetitiva. Numa alusão à insistência da consciência de uma pessoa, ou de quase todas as pessoas, esta peça procura indagar, de um modo subjectivo, a dicotomia entre motivos verdadeiramente repetitivos, quais uma consciência um tanto ‘robótica’ do zeitgeist em que vivemos, e a idiossincrasia de um ser humano revelada por motivos ou frases melódicas, que se sobrepõem, ou não, a esse contínuo ascendente social, ou moral, sobre a individualidade que define cada um de nós.
2018

Disruption

Compositor(a)
Esta peça foi escrita a pedido do Professor C. Bochmann para o Grupo de Música Contemporânea da Universidade de Évora. O objectivo foi aproveitar as capacidades deste grupo de instrumentos pouco habitual, contrapondo o dinamismo dos ataques fortes do “tutti” com simples melodias fragmentadas por vários agrupamentos mais pequenos de instrumentos. A peça apresenta um forma A – B- A’.
2018

Ausência

Compositor(a)
Ausência |  Num deserto sem água Numa noite sem lua Num País sem nome Ou numa terra nua   Por maior que seja o desespero Nenhuma ausência é mais funda do que a tua. (Sophia de Mello Breyner Andresen)
Existe uma relação de poder entre criador e criatura:Deus — Homem; Homem — máquina; pai — filho; autor — autoridade.O desejo secular de todas as criaturas é passar além do criador.Em “A Pedra de Sísifo” existe um criador e uma criatura.Há também o momento em que Sísifo se senta a meio da colina, gesto dissidente contra o destino. João Caldas
2018

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Compositor(a)
Sussurro de autómatos eléctricos, bzzz cling clang pim pum, o frémito dos utensílios e engenhos de todo o tipo que nos rodeiam o quotidiano, o contínuo entre concreto e abstracto, o ruído como bloco em bruto a partir do qual se esculpe um universo de possibilidades sonoras e, reciprocamente, os sons que em si carregam a memória ou a fantasia do ruído de onde brotaram. Puro e impuro. Um catálogo de transições, sinal quebrado, interrompido, cortado por intromissões, tanto ilídimas como forçosas. Uma melodia obstinada, ubíqua, uma vez e outra,…