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Centro
Concêntrico
Concentro
Com Centro
Sem Centro
Excêntrico
Ex-Centro.
Um objecto com um centro
Ou um ex-centro
Destabilizado.
Uma calma concêntrica
Ou uma energia excêntrica?
“Ping 999” foi composta como “peça-desafio” para Phillipe Trovão. Enquanto excelente saxofonista (e grande amigo), incitou-me a escrever algo que fosse tecnicamente exigente e que durasse cerca de 10 minutos. Confesso que, na altura, a ideia não foi nada atractiva e até um pouco intimidante, mas o desafio era mútuo. Escrever para instrumento solista sempre teve para mim um peso diferente, é uma forma condensada da cadeia de comando “Compositor-Maestro-Intérprete”; o intérprete é maestro de si mesmo.
Quis incorporar mais que um desafio técnico, mas comecei por um elemento, ou neste caso, nome de andamento, que fosse só por si frustrante: “O mais rápido possível”; garanti que a fonte fosse inesgotável. Fora este primeiro andamento, toda a peça se rege quase inteiramente por semínima=90.
Era a minha intenção que a peça fosse, para além de teatral, pessoal, e por isso incluí muitas caesuras. Nesse sentido, tem um carácter muito pouco rígido, e por isso, de responsabilidade ainda maior para o intérprete. A teatralidade vem do contraste de dinâmicas, de “stomps” com o pé no chão, utilização do registo mais agudo do saxofone tenor e também de uma “referência/piada” recorrente de Nessum Dorma de Puccini com a melodia “Dó Lá Sol”, que aparece sempre alterada.
Reforço a ideia de que uma peça solista é muito pessoal, e deve ser ouvida e tocada como tal. São circunstâncias em que a disciplina e o ego do instrumentista interagem de forma diferente.
Pianissimo é uma peça para piano com orquestra de sopros e electrónica.
Não se trata de uma escrita propriamente concertante, com diálogos e alternâncias solista/tutti mas antes de uma peça para piano expandido timbricamente pelos sopros percussões e electrónica.
O Piano, instrumento que fez parte da minha formação de músico e que se constitui como uma preciosa ferramenta de trabalho na minha actividade enquanto compositor, significa harmonia, ressonância, mas também ritmo e percussão. São estas as principais linhas de força que guiaram a criação de pianíssimo.
Esta peça é dedicada aos meus amigos Ana Telles e Alberto Roque.
Carlos Caires
Philippina é uma dedicatória ao corpo vivo. Ao seu movimento. À sua capacidade de nunca ficar estático por completo. Todos os gestos musicais presentes querem refletir uma imagem de dois bailarinos e a sua linguagem corporal, a sua luminosidade.
Philippina Bausch foi a minha companhia. O maestro Alberto Roque, o João e o Marco, a minha certeza. A eles dedico esta revolução em mim.
Esta peça faz parte de um estudo que tenho vindo a desenvolver sobre gesto musical, com o tema: “Gesto – a Música sobre um plano coreográfico”. O objecto artístico final terá dois bailarinos em palco, acompanhados pelos solistas e pela orquestra.
Esta obra nasceu duas vezes e morreu uma. Uma primeira versão foi iniciada no fim de 2016 que chegou aos 6 minutos até ser completamente amarrotada e deitada ao lixo. No início de 2017 comecei a escrever aquela que viria a ser a ‘verdadeira’ Nadir.
Foi esta morte que me impulsionou a escrever a obra da forma que ela existe agora – 6 minutos de música e meses do maior bloqueio criativo. Mote – usar as fraquezas como armas, usar o sofrimento como ferramenta.
This piece is the representation of a prize game where the players are getting crazy trying to guess questions about Aldo. The tape is leading and presenting the game and the saxophone players are the participants. They don’t know who Aldo is and where this game is coming from, they just go crazy every time a new question arrives. At the third question there is a winner (the baritone sax) and as a prize she can play a solo.