A música é tudo aquilo que eu quero. Tudo aquilo que eu procuro. É tudo o que eu não consigo explicar… Mas é também tudo o que (o intérprete e o ouvinte) quiser. Uma aproximação ao que nunca procurou e não vai ter. É, decerto, aquilo que conseguir sentir e viver. Reminiscências da vida, como lembranças de uma obra que nunca escreveu. Mas não é clara, nem afastada da realidade. Não é racional, nem sentimental. Nem objectiva, nem correcta, nem pomposa, nem erudita, nem antiga e muito menos universal. Confuso? … Mas, quem já amou sabendo o que é amar? A partir daqui deixa de ser minha, tornando-se nossa. É para ser ouvida hoje, enquanto faz sentido. Enquanto se entranha na pele. Enquanto transporta sem regresso. É o que arrepia, desfaz e nos deixa desarmados, curiosos, questionando se alguma vez voltará… O que eu procuro de forma tão insaciável e que vos quero mostrar, explicar desta forma. É o que faz imaginar e partir para longe, sem ter fim… “Sem ter fim…” De facto, o que mais importa na Música é a inexistência de um ponto final, como este.
Fábio Cachão