Semana da Composição 2015

18 a 23 Maio | no Auditório Vianna da Motta da ESML

SEMANA DA COMPOSIÇÃO
Escola Superior de Música de Lisboa

https://www.esml.ipl.pt/index.php/actividades/item/3094-semana-da-composicao-2015-concertos

Os fragmentos que acompanham a partitura são para-textuais; constituem uma longa epígrafe que se desenrola temporalmente. Ocupam uma zona de transição entre a música em si e o seu contexto e têm as funções de aludir ao tema e de sugerir chaves para a sua compreensão. Devem informar o trabalho do intérprete sem que, no entanto, este sinta necessário recitá-los ou deter-se sobre eles durante a performance.

Luís Salgueiro

 

Esta peça explora as interacções entre a Harpa e Electrónica em tempo real numa mistura entre secções estruturalmente definidas e outras mais livres, com liberdade de improvisação, tendo o papel da electrónica uma dupla função: a síntese de sons e manipulação dos mesmos em tempo real e a de “expansão” do papel da Harpa, transpondo, dando mais reverberação e fazendo delays. A programação da electrónica foi desenvolvida numa cadeira de projecto de informática musical tendo sido este o embrião que deu origem à peça.

Pedro F. Finisterra

O horizonte de uma borboleta retrata uma espécie de metáfora da procura. A persistência em alcançar o desconhecido e o indefinido, através de sucessivas transformações. É também uma antípoda entre algo longínquo, eterno e misterioso (O horizonte), com algo frágil e de alcance singular (a borboleta). Representa ainda o paradigma da produção artística atual e do seu efeito efémero. Por outras palavras, a obra é criada, é apresentada (por vezes), tem o seu tempo de destaque (por vezes) e desaparece para sempre, tal como a curta vida “de uma borboleta”. Depois… “o horizonte” é demasiado grande para recordar um pequeno ponto.

Hugo Vasco Reis

A música é tudo aquilo que eu quero. Tudo aquilo que eu procuro. É tudo o que eu não consigo explicar… Mas é também tudo o que (o intérprete e o ouvinte) quiser. Uma aproximação ao que nunca procurou e não vai ter. É, decerto, aquilo que conseguir sentir e viver. Reminiscências da vida, como lembranças de uma obra que nunca escreveu. Mas não é clara, nem afastada da realidade. Não é racional, nem sentimental. Nem objectiva, nem correcta, nem pomposa, nem erudita, nem antiga e muito menos universal. Confuso? … Mas, quem já amou sabendo o que é amar? A partir daqui deixa de ser minha, tornando-se nossa. É para ser ouvida hoje, enquanto faz sentido. Enquanto se entranha na pele. Enquanto transporta sem regresso. É o que arrepia, desfaz e nos deixa desarmados, curiosos, questionando se alguma vez voltará… O que eu procuro de forma tão insaciável e que vos quero mostrar, explicar desta forma. É o que faz imaginar e partir para longe, sem ter fim… “Sem ter fim…” De facto, o que mais importa na Música é a inexistência de um ponto final, como este.

Fábio Cachão

Peça para saxofone alto, soprano e electrónica, com origem no ambiente que a garagem da ESML nos oferece. A partir do seu som característico tomado como base da peça, surge o saxofone que desenvolve algum desse espectro harmónico como solista ou como instrumento ressonante proveniente da eletrónica.
Megarag nasce de uma desordem de ideias e perguntas simultâneas. O texto de Sophia de Mello Breyner Andersen – Exílio, encaixa na perfeição no turbilhão de pensamentos e interrogações que na altura questionava.
Nota: Existem duas versões, ambas são para saxofone alto, voz soprano e electrónica. A primeira versão tem as vozes manipuladas e integradas na electrónica, e a versão mais longa as vozes são recitadas ao vivo e escritas com rigor na partitura, tendo ainda mais duas “secções” que a versão curta.

Magnum Mysterium é um canto responsorial das matinas natalícias, que fala sobre o grande mistério e maravilhoso sacramento que é o nascimento do Senhor Jesus Cristo. Foi a primeira peça que escrevi para Coro a capella e através da procura de diversas harmonias e de um som homogéneo entre as vozes do coro, tento retratar esse grande acontecimento histórico da Bíblia.

João Fonseca e Costa

Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.