- Título da obra: Ping 999
- Partitura: Ping 999
- Compositor(a): Tomás Borralho
- Ano de Composição: 2013
- Instituição/Pólo: Escola Superior de Música de Lisboa
- Categoria: Obras a solo (excluindo teclado)
- Instrumentação detalhada: Saxofone Tenor Solo
- Duração Total: 7'00"
- Duração: 5 -10 min
- Intérprete(s): Phillipe Trovão - saxofone
“Ping 999” foi composta como “peça-desafio” para Phillipe Trovão. Enquanto excelente saxofonista (e grande amigo), incitou-me a escrever algo que fosse tecnicamente exigente e que durasse cerca de 10 minutos. Confesso que, na altura, a ideia não foi nada atractiva e até um pouco intimidante, mas o desafio era mútuo. Escrever para instrumento solista sempre teve para mim um peso diferente, é uma forma condensada da cadeia de comando “Compositor-Maestro-Intérprete”; o intérprete é maestro de si mesmo.
Quis incorporar mais que um desafio técnico, mas comecei por um elemento, ou neste caso, nome de andamento, que fosse só por si frustrante: “O mais rápido possível”; garanti que a fonte fosse inesgotável. Fora este primeiro andamento, toda a peça se rege quase inteiramente por semínima=90.
Era a minha intenção que a peça fosse, para além de teatral, pessoal, e por isso incluí muitas caesuras. Nesse sentido, tem um carácter muito pouco rígido, e por isso, de responsabilidade ainda maior para o intérprete. A teatralidade vem do contraste de dinâmicas, de “stomps” com o pé no chão, utilização do registo mais agudo do saxofone tenor e também de uma “referência/piada” recorrente de Nessum Dorma de Puccini com a melodia “Dó Lá Sol”, que aparece sempre alterada.
Reforço a ideia de que uma peça solista é muito pessoal, e deve ser ouvida e tocada como tal. São circunstâncias em que a disciplina e o ego do instrumentista interagem de forma diferente.