A propósito de O mar que se quebra
Um apelo ao intrínseco
A subjetividade do impalpável e
A metafísica da pureza.
Um genuíno abstrato.
Uma pressuposição de movimento
Não físico.
Uma flutuação do indeterminado.
Uma música que dança as consonâncias da coreografia,
Através de um poema que lê, ouve, vê e se sente,
A mover
Pelo tempo.
O único que é capaz de o inquietar
E de o prender ao mesmo tempo.
Pois nós somos seres irrisórios e indefesos
Aos olhos do tempo,
Que nos locomove sem nossa permissão.
Assim,
O maior minimalismo muta-se com grandiosidade na memória.
Mas não deixa de ser apenas isto.
Não deixa de ser apenas
algo.
João Carlos Pinto