Quanto Morre um Homem
Suspiros e exaltações de um homem que contempla a sua morte e, após esta, a vida acinzentada da pessoa que ama. Um poema de Ruy Belo cantado e vivido ao piano.
Quando eu um dia definitivamente voltar a face
daquelas coisas que só de perfil contemplei,
quem procurará nelas as linhas do teu rosto?
Quem dará o teu nome a todas as ruas
que encontrar no coração e na cidade?
Quem te porá como fruto nas árvores ou como paisagem
no brilho de olhos lavados nas quatro estações?
Quando toda a alegria for clandestina
alguém te dobrará a cada esquina?