O mar que se quebra, para voz feminina, bailarino amplificado e eletrónica em tempo real e sob suporte, baseado no poema visual de Ana Hatherly com o mesmo nome.
O mar que se quebra
Um apelo ao intrínseco
A subjetividade do impalpável e
A metafísica da pureza.
Um genuíno abstrato.
Uma pressuposição de movimento
Não físico.
Uma flutuação do indeterminado.
Uma música que dança as consonâncias da coreografia,
Através de um poema que lê, ouve, vê e se sente,
A mover
Pelo tempo.
O único que é capaz de o inquietar
E de o prender ao mesmo tempo.
Pois nós somos seres irrisórios e indefesos
Aos olhos do tempo,
Que nos locomove sem nossa permissão.
Assim,
O maior minimalismo muta-se com grandiosidade na memória.
Mas não deixa de ser apenas isto.
Não deixa de ser apenas
algo.
João Carlos Pinto
João Carlos Pinto
Escola Superior de Música de Lisboa
JOÃO CARLOS PINTO (*1998) nasceu em Braga, Portugal. Estudou Piano e Composição no Conservatório Gulbenkian de Braga. Participou em masterclasses e workshops com: Ensemble Recherche, Tristan Murail, Alexander Schubert, John Chowning, Rebecca Saunders, João Pedro Oliveira, Panayiotis Kokoras, Carola Bauckholt. A sua música tem sido tocada em locais como: Gaudeamus Muziekweek, Casa da Música, Festival DME, Festival Mixtur, Musica Viva Festival, Teatro S. Luiz.Tem recebido encomendas de entidades como: Gaudeamus Muziekweek, Prémio Jovens Músicos e Arte no Tempo. Nomeado Jovem Compositor Associado ao Teatro Nacional S. Carlos em 2019 e é diretor artístico do projeto internacional multidisciplinar “La Esfera : Colectivo”.Atualmente, encontra-se a terminar a Licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa orientado por Luís Tinoco e Carlos Caires. Prémios | Honras: - Obra editada pela Ablaze Records - “Electronics Masters Vol. 7”; - 2º prémio - VI Concurso de Composição - Banda Sinfónica Portuguesa; - Melhor obra no género - War movie - Film Music Competition 2016, Associazione Ravel; - 1º prémio - Nanomúsicos Eletroacústicos 2016 - Festival DME.