A peça evoca um ambiente de árvores e animais, a sonoridade provocada por
estes e a inter-relação deste alinhamento natural.
Há momentos onde o ritmo por vezes torna-se mais regular, que correspondem aos hábitos da vida animal. Outros momentos estão mais ligados à espontaneidade da natureza e ao
instinto.
Semana da Composição 2021
4 a 6 de Maio
SEMANA DA COMPOSIÇÃO
Escola Superior de Música de Lisboa
Não consigo falar de... sem demorar 3 horas...
A estrada que vai... é lindíssima...
... a meio da tarde...
... reparo num pormenor novo que até então não tinha visto.
Absurda.
... estado de espanto e tamanha beleza... e calma emocional como...
É casa.
Estou sempre rodeado de algo.
Esta peça, "Refração", constitui um diálogo entre dois intervenientes: o natural, o acústico, e o universo electrónico.
Ao longo da mesma, a electrónica interpela as intervenções do oboé, associando-se às mesmas com alturas e timbres análogos aos do instrumento. Esta peça explora as técnicas estendidas do oboé, como "beijinhos", multifónicos, o sopro para as chaves, expandindo algumas destas técnicas na electrónica, extrapolando o limiar do mundo acústico para o infinito mundo electroacústico.
"Refração" é o fenómeno que ocorre quando uma onda atravessa dois meios diferentes, o que provoca uma alteração na sua velocidade. Numa construção homótipa, as intervenções do oboé, o seu discurso neste diálogo, obtêm uma resposta refratada da eletrónica, que expande a sonoridade do instrumento.
"[The] absence of humanity is a fulfillment so graceful, that even God wouldn't understand if he invented it".
- Buke.
Simos, somos.
Creio que perdeu a cabeça.
Scintilla possui na sua electrónica o poema de Anne Öhrling Dersèn.
Lisboa, em latim Ulyssippo, é a cidade evocada nesta peça para violoncelo, contrabaixo e electrónica. Os áudios da parte de eletrónica foram gravados na cidade de Lisboa e são captações do barulho do rio, das ruas, do vento, das obras, da rádio, do fado. Ao longo da peça, os instrumentos de cordas associam-se a esses mesmos sons do ambiente da cidade a partir de técnicas como os harmónicos, o uso de trémulos com os arcos, a percussão na madeira dos instrumentos, etc. A electrónica expande, simultaneamente, as sonoridades desses mesmos ambientes, reiterando os sons das obras, explorando os sons das gotas de água, alterando o som da rádio, etc. Esta peça, é, deste modo, um retrato sonoro da capital portuguesa, pintado a partir da matéria-prima que são os sons da mesma.