Açores, descoberta de um novo mundo
Açores, Descoberta de um novo mundo (2014) foi a primeira peça que escrevi para orquestra sinfónica. Quis nela ilustrar musicalmente a descoberta do arquipélago dos Açores em 1427, por Diogo de Silves. Esta obra tem assim um enorme significado para mim porque retrata um episódio seminal para a terra onde nasci.
Embora de curta duração (5’), devido a ter sido escrita para um concurso interno da ESML, a estrutura divide-se em alguns momentos contrastantes, sendo que a parte inicial possuiu um carácter calmo e liso que pretende descrever o mar em que navega Diogo de Silves. Segue-se o clímax da peça, onde a orquestra exibe uma sonoridade brilhante, sendo que esta secção triunfal procura ilustrar o momento da descoberta dos Açores.
Depois da secção da “descoberta” segue-se a descrição da paisagem verde e do mar que envolve as ilhas açorianas, através de um longo solo do fagote apenas apoiado pelas cordas e, por fim, surge a parte final da peça. Nesta parte final procurei reflectir o que se teria passado – psicologicamente – no espírito dos navegadores ao questionarem-se sobre o mistério do interior de cada uma das ilhas.
No entanto, esse mistério ficará – musicalmente – por resolver, uma vez que, não podendo a obra ter mais do que 5’, não tive ocasião de desenvolver o tema na sua plenitude, pelo que a peça termina de forma inconclusiva.
O “mistério” desta peça acabou por ser concluído noutra obra que escrevi em 2015 – “Uma Viagem no Atlântico” - cujo tema é a descoberta e exploração dos Açores, porém a obra nunca chegou a ser tocada.