Semana da Composição 2018

14 a 20 de Maio
SEMANA DA COMPOSIÇÃO
Escola Superior de Música de Lisboa

 

Esta peça procura expor diferentes partes do dia de um indivíduo que se vê como uma peça de uma grande máquina, a Cidade.

Desafio sobre a capacidade de reconhecimento de números inteiros e operações de somar num mundo em que o desfasamento é tal que pode tornar o processo algo frágil.

Notas sobre Estudos e Interlúdios para 6 percussionistas
A questão do ritmo pode ser formulada entre duas visões complementares: o ritmo como pulsação ou como duração. A associação excessiva entre a pulsação regular e o sistema tonal resultou históricamente numa predominância parcial da atitude favorável à anti-pulsação regular. As últimas décadas tem vindo a transformar, senão a inverter, esta posição. Parti para esta peça com a ideia de alternar Estudos sobre pulsação regular - mais lenta ou mais rápida, com subdivisões internas variáveis e modulações métricas - para usar o termo de Elliott Carter- e Interlúdios onde, face à própria natureza dos timbres utilizados- gongs e tam-tams- a expansão das figuras, mesmo que regulares, produzissem um contraste radical. A instrumentação dos Estudos priveligia instrumentos de percussão da família das marimbas e vibrafones. Cada um dos Estudos tem um problema específico ao mesmo tempo técnico e composicional, na instrutiva tradição que vai de Chopin e Debussy até ao Ligeti recente. Esta obra é constituída por 3 Estudos e 3 Interlúdios.. Foi composta na dupla perspectiva de permitir a execução de cada Estudo separadamente, dos 3 Interlúdios como peça autónoma, além da sua execução no todo na ordem da partitura: Estudo Coral/ Fractal; Interlúdio I; Estudo Cromático a) b); Interlúdio III; Estudo de Pulsação e Métrica; Interlúdio II e Estudo Coral Final. Este estudo só deve ser tocado na execução integral.

…foi? …é?
…que é o tempo?
…que é “agora”?
…e se já foi o que é, é o que será?
…?

A peça “Run”, finalizada em 2017, é uma primeira experiência ambos na escrita para a Orquestra Contemporânea da Universidade de Évora e na escrita baseada em material cinematográfico, onde o tema é inspirado no filme “Forrest Gump”.

A peça, no formato de A/B/Coda, inicia com a apresentação do tema, que é desenvolvido de forma contrapontística até à ponte para a secção B, onde as Cordas tocam em conjunto num compasso que diminui progressivamente. Na secção B o tema é retrabalhado novamente em contraponto, numa textura mais leve, e priorizando os Sopros e as Guitarras. Finalizando, segue-se uma ponte para a Coda, onde as Cordas tocam em pizzicato em conjunto com o Vibrafone, seguido da demonstração final do tema em tutti orquestral na Coda.

Song of Happiness é o resultado de uma obra com uma forte passagem em forma de canção em que juntei duas das atividades que me fazem mais feliz, a de escrever música e a de fazer música. Trata-se de uma live-performance com um grau acrescido de liberdade de interpretação pelo que esta é passível de soar diferente de cada vez que é feita a sua apresentação. A própria composição é reescrita de cada vez que a interpreto, ou seja, a interpretação é por si só o ato final da composição desta obra. Esta peça é dedicada ao realizador Alfred Hitchcock (1899-1990).

Escrita entre os anos de 2017-2018 como projecto anual do meu segundo e final ano de Mestrado na Escola Superior de Música de Lisboa.

This piece wants to give an idea of recalls (richiami) which come from different directions, sometimes getting more intense or overlapping each other. The percussionist is confused and doesn’t know which one to follow, like he is lost in a crossroad with three similar roads.

Suspiros e exaltações de um homem que contempla a sua morte e, após esta, a vida acinzentada da pessoa que ama. Um poema de Ruy Belo cantado e vivido ao piano.

This piece is the representation of a prize game where the players are getting crazy trying to guess questions about Aldo. The tape is leading and presenting the game and the saxophone players are the participants. They don’t know who Aldo is and where this game is coming from, they just go crazy every time a new question arrives. At the third question there is a winner (the baritone sax) and as a prize she can play a solo.

Peça para Piano a 4 Mãos com inspiração no I Ching, o oráculo chinês. Os motivos/sons apresentam-se, substituem-se, aparecem aqui, reaparecem acolá, tal qual as linhas, ora fortes, ora fracas, que compõem os trigramas e, consequentemente, os Hexagramas.
A peça recebeu Menção Honrosa no VI Prémio de Composição Fernando Lopes-Graça 2017, promovido pela Câmara Municipal de Cascais, a Fundação D. Luís I e o Museu da Música Portuguesa.

 

A vida.
Diria melhor o tempo? Mas não
Não era o tempo era a vida,
um somatório de tempos
e de espaços
A vida estava agora, de tal modo concentrada que já pouco lhe sobrava ou mesmo nada.

 

Poema de Yvette Centeno

m os instrumentistas.

Conjunto de cinco pequenos estudos sobre os conceitos de Simbiose, de Reverberação e de Eco. O conjunto instrumental, pouco usual a um primeiro olhar, poderá revelar-se muito interessante na mistura de timbres entre os dois instrumentos.

I. Simbiose I
II. Ecos I (Saxofone Tenor Solo)
III. Reverberação
IV. Ecos II (Violoncelo Solo)
V. Simbiose II

 

Compus Bergerettes em intenção do José Oliveira e Silva, pegando em material da peça que havia escrito em 2010 para um quarteto de oboé, viola, contrabaixo e piano que o José me havia pedido para ser estreada na Casa da Música em 2011. O título tanto significava uma evocação da música pastoril, como um ritmo próximo do “saltarello”, e essas duas facetas encontram-se nos dois andamentos da peça, o primeiro bucólico e pastoral, o segundo num ritmo endiabrado e com algum humor, típico do “saltarello”, mesmo se a única ligação directa com esse tipo de dança popular italiana seja o compasso composto. Um pouco mais tarde, e a pedido do pianista Bruno Belthoise e da oboísta Anne Chamussy, realizei a versão com piano, que mantém a parte de oboé praticamente intacta.