• Título da obra: Desumanização
  • Partitura: Desumanização
  • Compositor(a): Fábio Cachão
  • Ano de Composição: 2016
  • Instituição/Pólo: Escola Superior de Música de Lisboa
  • Categoria: Pequeno ensemble (2-6 exec.)
  • Instrumentação detalhada: Flauta, Oboé e Saxofone soprano
  • Duração Total: 2'24"
  • Duração: - 5 min
  • Intérprete(s): Rita Cordeiro - flauta Isabela Martins - oboé Miguel Carvalho - saxofone soprano

A obra foi criada durante a leitura e sob a inspiração do romance de Valter Hugo Mãe, “A Desumanização”. O livro acompanha a tragédia de uma família que perde uma das suas filhas e o processo que é desencadeado após este acontecimento, principalmente na vida e sob o ponto de vista da irmã gémea. Este é um conto maravilhosamente escrito pelo autor e muito imaginativo no tratamento da sua forma, traços e contornos. Onde é apresentado ao leitor um acontecimento que é continuamente tratado, recontextualizado, retratado e recontado por outras personagens, ao mesmo tempo que a densidade da história vai aumentando. Esta tornou-se a inspiração para uma ideia musical bastante concreta, em que a utilização de um material inicial – um “acontecimento” caracterizado por uma célula rítmica com 5 notas – ainda que inocente, sofrerá alterações na sua estrutura através de pequenas transformações e transfigurações graduais, despoletando novas perspectivas e novas paisagens. O processo que sucede a célula principal da peça alterna sempre entre o tratamento da nota solo, a utilização da simultaneadade de sons através de ataques repentinos e a “tentativa” de uma melodia. Esta melodia “tentada”, ou como que sendo ensaiada, é ouvida na secção do meio – rapidamente calada por mais um acontecimento que catapulta a música para outro local – e no final da obra, que após interrupções sucessivas de acontecimentos nunca é ouvida totalmente, precipitando o final. Aliás, como o próprio autor escreve: “Um coração por ocarina faria todo o sentido do mundo. Possa ser esse o destino de cada um, amadurecer assim o coração de percussão a instrumento de sopro. Ensaiar uma melodia até ao fim”.

Fábio Cachão

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Fábio Cachão

Escola Superior de Música de Lisboa

Fábio Cachão nasceu a 14 de Novembro de 1992, no Barreiro. Iniciou os seus estudos musicais na Escola de Música do Conservatório Nacional com Fernando Lobo (Guitarra) e Eurico Carrapatoso (Análise e Técnicas de Composição). Mais tarde, ingressou na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas (Hot Club Portugal) onde estudou com Nuno Costa e Joel Silva. É licenciado em Composição desde 2015 pela Escola Superior de Música de Lisboa. Completou os seus estudos com a coordenação de António Pinho Vargas, Sérgio Azevedo e Luís Tinoco. Frequentou ainda diversos seminários e workshops com George Benjamin, Julian Philips, Stephen Plaice, Andreia Pinto Correia, Carlos Marecos, Gonçalo Gato, José Luís Ferreira e Rui Penha. Como jovem compositor, a sua lista de obras inclui “Intermitências” (2015) – estreada pela Orquestra Gulbenkian e galardoada com o Prémio de Composição SPA / Antena 2; “Díptico para um Oceano” (2016) – estreada pela Banda Sinfónica Portuguesa na Casa da Música; Estranhos Lugares (2015) - estreada pela Banda do Exército no Teatro da Trindade; “... for the right reasons” (2016) – encomenda Antena 2 / PJM; “Five Fragments of Light” (2014) – estreada pelo Coro Ricercare; “Where the Light is” (2014) – estreada pela Camerata de Sopros Silva Dionísio, gravada e disponível em CD pela editora mpmp; “Divertimento” (2013) – estreada pelos solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras. Actualmente frequenta o mestrado em Ensino da Música pela Escola Superior de Música de Lisboa.