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Obras | Compositores
Nascido em Lisboa, em 1972, Pedro Amaral, compositor e maestro, é um dos músicos mais activos Europeus da nova geração.
Formação
Iniciou os seus estudos em composição como aluno privado de Lopes-Graça, a partir de 1986, ao mesmo tempo que prosseguia a sua formação musical geral, no Instituto Gregoriano (1989/91). Ingressa em seguida na Escola Superior de Música de Lisboa (1991/94) onde conclui o curso de composição na classe do Prof. Christopher Bochmann.
Instala-se depois em Paris, onde estuda com Emmanuel Nunes no Conservatório Superior de Paris (CNSM). Quatro anos mais tarde, graduar-se-ia com o “Primeiro Prémio em Composição” por unanimidade do júri.
Estudou ainda direcção de orquestra com Peter Eötvös (Eötvös Institute, 2000) e Emilio Pomarico (Scuola Civica de Milão, 2001).
Trabalhos teóricos
Paralelamente à sua formação musical prática, Pedro Amaral prosseguiu estudos universitários na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, em Paris, obtendo um Mestrado em musicologia contemporânea, com uma tese sobre "Gruppen" de K. Stockhausen (1998) e, mais tarde, em 2003, um doutoramento com uma tese sobre "Momente" e a problemática da forma na música serial. Àcerca desta sua vasta análise, K. Stockhausen declarou, in Le Monde de la Musique (Setembro 2003): “Trata-se de uma obra excelente com a qual muito aprendi" – o que o levou a convidar Pedro Amaral como seu assistente em diversos projectos.
Pedro Amaral desenvolve actualmente uma actividade permanente no campo da musicologia, escrevendo artigos, dando conferências, participando em colóquios, apresentando workshops e master-classes. Desde o ano lectivo de 2007/2008, é Professor Auxiliar da Universidade de Évora (Composição, Orquestração e disciplinas afins).
A “Conexão” Ircam
Durante a sua primeira estadia no instituto Francês IRCAM, em 1998/99, Pedro Amaral compôs "Transmutations", para piano e electrónica em tempo real, estreada em Paris, em 1999. A obra foi em seguida escolhida para representar Portugal na Tribuna Internacional de Compositores da UNESCO, na sequência da qual, foi transmitida por estações de rádio em todo o mundo. No fim de 2001, a mesma obra representaria ainda Portugal no Festival World Music Days, no Japão. Nesse mesmo ano, a cidade do Porto, Capital Europeia da Cultura 2001, encomendar-lhe-ia "Organa", para ensamble e electrónica em tempo real ad libitum, cuja parte electroacústica foi também desenvolvida nos estúdios do IRCAM. Em 2003/2004, Pedro Amaral regressa pela terceira vez ao Instituto, como "compositeur en recherche". Compôs então a sua longa obra “Script”, para percussão e electrónica em tempo real.
A ópera “O Sonho”
Em Maio de 2010, Pedro Amaral estreou em Londres a sua ópera “O Sonho”, a partir de um drama inacabado de Fernando Pessoa. Unanimemente aplaudida pela crítica, a obra foi interpretada por um prestigioso elenco de cantores portugueses acompanhados pela London Sinfonietta sob a direcção do compositor, tendo sido sucessivamente apresentada em Londres e Lisboa.
Encomendas
As suas foram encomendadas pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo Ministério da Cultura Francês, pela Westdeutscher Rundfunk (WDR), pelo Festival Internacional de Macau, pelo Festival Musica Viva, pelo Grame (Lyon), pelo “Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura”, pela cidade de Matosinhos, pelo ensemble GMCL, pelo ensemble Síntese, pela Casa da Música...
Residências
Pedro Amaral foi "compositor residente" na Herrenhaus Edenkoben, Alemanha, na Villa Medici, em Roma, e no Palácio Lenzi, em Florença, Itália.
Músicos
Presença habitual nos mais importantes festivais, a sua música é tocada por solistas como C. Desjardins, P. Galois, A. Corazziari, A.L. Gastaldi, J.M. Cottet, Y.Shibuya, J. Gottlieb..., sob a sua direcção ou sob a direcção de maestros como Peter Eötvös, Mark Foster, Muhai Tang, Lucas Pfaff, Renato Rivolta, Johannes Kalitzke, Franck Ollu, Etienne Siebens, Michael Zilm e muitos outros.
Orquestras e ensembles
Como compositor e/ou maestro, Pedro Amaral trabalha regularmente com a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Juvenil, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a OrquestrUtopica, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra de Câmara Portuguesa, a Orquestra Sinfónica de São Paulo, o Ensemble InterContemporain, a London Sinfonietta, o Prometheus Ensemble (Bruxelas), o Ensemble Futures Musiques (Paris), as Percussions de Strasbourg, o Ensemble Ebrouitez-vous! (Rennes), o Ensemble Alternance (Paris), o Quatuor Parisii (Paris), o Ensemble Recherche (Freiburg), o Ensemble Aventure (Freiburg), musikFabrik (Colónia), Piano Possibile (Munique), o Ensemble Art Respirant (Tóquio), Remix Ensemble (Porto), Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Ensemble Contemporâneus, Coro Gulbenkian, Coro Voces Coelestes...
Intérprete
Como maestro, Pedro Amaral foi maestro titular da Orquestra do Conservatório Nacional (2008/09) e do Sond’Ar-Te Electric Ensemble (2007/10). No seu repertório avultam as obras de música mista (ensemble instrumental e meios electrónicos), a ópera contemporânea e, em particular, a música de Stockhausen, cujas obras dirigiu com numerosas orquestras em diversos países da Europa e América do Sul.
Como maestro assistente de Peter Eötvös, Pedro Amaral participou em diversas produções de Hymnen mit Orchester e Momente, de K. Stockhausen.
CDs
Em 2007, a nova editora Gulbenkian/UK lança o primeiro CD monográfico de Pedro Amaral, com quatro das suas obras – Textos, Spirales, Organa, Paraphrase – interpretadas pela London Sinfonietta sob a sua direcção. O quarteto de cordas com electrónica em tempo real "Pagina Postica" foi gravado pelo Smith Quartet na sequência de uma série de concertos, e editado pela Miso Records.
As gravações de Pedro Amaral como intérprete incluem obras de autores portugueses com o Sond’Ar-Te Electric Ensemble (Miso Records), bem como um CD monográfico dedicado à compositora germano-americana Ursula Mamlok, com o ensemble musikFabrik.