Lisboa, em latim Ulyssippo, é a cidade evocada nesta peça para violoncelo, contrabaixo e electrónica. Os áudios da parte de eletrónica foram gravados na cidade de Lisboa e são captações do barulho do rio, das ruas, do vento, das obras, da rádio, do fado. Ao longo da peça, os instrumentos de cordas associam-se a esses mesmos sons do ambiente da cidade a partir de técnicas como os harmónicos, o uso de trémulos com os arcos, a percussão na madeira dos instrumentos, etc. A electrónica expande, simultaneamente, as sonoridades desses mesmos ambientes, reiterando os sons das obras, explorando os sons das gotas de água, alterando o som da rádio, etc. Esta peça, é, deste modo, um retrato sonoro da capital portuguesa, pintado a partir da matéria-prima que são os sons da mesma.
Mariana Ribeiro
Escola Superior de Música de Lisboa
Mariana Ribeiro, nascida em 2001, iniciou os seus estudos musicais em 2011, no Conservatório de Guimarães, onde estudou violino e composição, tendo como professor de composição o professorRúben Andrade. Em 2019, ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou composição com os professores Jaime Reis, Sérgio Azevedo e Luís Tinoco.Compôs música acústica e eletroacústica, escrevendo para diversos conjuntos instrumentais.Entre as suas obras, destacam-se “Ulyssippo” (para violoncelo, contrabaixo e eletrónica), “Ausência” (para dois violinos), “Breathe” (para saxofone alto, contrabaixo, voz e piano) e “Butterfly Effect” (para ensemble de sopros).