• Título da obra: Música para 21 clarinetes
  • Partitura: Música para 21 clarinetes
  • Compositor(a): Carlos Marecos
  • Ano de Composição: 2000
  • Instituição/Pólo: Escola Superior de Música de Lisboa
  • Categoria: Ensemble alargado (7+ exec.)
  • Instrumentação detalhada: 21 Clarinetes: 1 Cl. Piccolo, 15 Cl. Bb, 2 Cl. Alto (ou 1 Cl. A + 1 Cl. Baixo), 2 Cl. Baixo, 1 Cor de Basset
  • Duração Total: 12'28"
  • Duração: 10 - 15 min
  • Intérprete(s): Ensemble de Clarinetes da ESML | dir. Manuel Jerónimo

Esta peça, escrita em 2000, marca uma mudança no meu modo de pensar a composição, pois decisivamente, o fenómeno de ressonância passou a ser estruturante na minha escrita. Essa ressonância não é apenas a da sala de concerto mas também a da escrita musical, onde determinados instrumentos assumem essa função na textura. Há ainda que contar com a espacialização da música pela sala de concerto, com os instrumentistas em torno do público, estando 13 clarinetes em palco e 8 (3+3+2) fora do palco, envolvendo o público (nesta versão o clarinete contralto está substituído por um contrafagote).

Formalmente a peça apresenta-se como um ritornello, A, B, A, C, A, D, A, onde o refrão, cada vez que é exposto, aparece modificado. No entanto, neste caso, não é o material motívico que aparece transposto ou variado. Aquilo que se repete é a viagem que o som e o material musical fazem pelo espaço de concerto, tornando essa espacialização estruturante e simultaneamente parte do fenómeno de ressonância que se estende, além dos fenómenos acústicos, para a ressonância dos próprios gestos musicais.

 

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Carlos Marecos

Escola Superior de Música de Lisboa

Professor Coordenador

Nasceu em Lisboa em 1963. Licenciou-se em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou, entre outros, com Eurico Carrapatoso, António Pinho Vargas e Christopher Bochmann. Frequentou seminários dirigidos por Emmanuel Nunes, Gilbert Amy e Louis Andriessen, entre outros. Doutorado em Música pela Universidade de Aveiro, onde apresentou a tese "Interacção entre estruturas intervalares e estruturas espectrais, na música instrumental/vocal", sob a orientação de João Pedro Oliveira e Christopher Bochmann, como bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Prémio Lopes Graça de Composição de 1999 com a obra "Canções Populares Portuguesas" para soprano e piano e pelo segundo ano consecutivo ganhou o mesmo prémio na edição de 2000 com a obra "5 miniaturas para violoncelo solo". É director musical do "Ensemble Portátil" com os quais tem desenvolvido um trabalho na área da música contemporânea e na harmonização de música tradicional portuguesa. Tem recebido encomendas de diversas entidades como a Culturgest, o Serviço Acarte da Fundação Calouste Gulbenkian, a Expo 98 de Lisboa, OrquestrUtópica, Festival Internacional de Música do Estoril, Cistermúsica - Festival de Música de Alcobaça, entre outras. Tem colaborado com o teatro e a dança contemporânea, com os encenadores João Brites, Raul Atalaia, Luís Miguel Cintra e Paulo Lages e as coreógrafas Madalena Victorino e Vera Mantero. Desde 2002 Marecos tem desenvolvido um trabalho regular com peças encenadas com uma equipa de artistas como a soprano Margarida Marecos, o actor e encenador Paulo Lages, o actor Guilherme Filipe, o cenógrafo Acácio de Carvalho e a figurinista Manuela Bronze. Fora de Portugal a sua música tem sido apresentada em Espanha, França, Inglaterra, Itália, Dinamarca, Colômbia e EUA. Lecciona actualmente na Escola Superior de Música de Lisboa e no Conservatório de Música D. Dinis em Odivelas.