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2016

Flor

Minha querida flor, diz-me o teu segredo. Diz-me o nome da rosa que trazes ao peito, da margarida que se esconde nos campos, do malmequer que tanto bem me quer… Ah! Mas flor não és, senão mais afilado espinho, porém por bem. Por bem, pois só esse espinho, na dureza e crueldade vil do seu ser, se poderia cravar no meu coração. Que digo eu! Não és nem flor, nem espinho, nem Esperança nem consolo. Não és Sol, Lua, Céu estrelado nem Mar infinito, não és amor nem paixão, nem perdição do meu coração. Muito menos serás escultura, obra-prima dos maiores mestres, nem Deusa, nem Musa, ou Perfeição. És apenas mulher, e é por isso que te quero. Amo-te…

Pedro F. Finisterra

Evento/Concerto/Projecto Performance Colaborativa FMH-ESML

Este é um conjunto de 2 peças para piano solo escritas durante o meu primeiro ano na licenciatura em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. “Flip Point” foi escrito para um momento de dança de uma curta metragem sobre a fragmentação em Fernando Pessoa e “Obsession” foi escrito no contexto da disciplina de “Técnicas de Composição”, sendo um exercício baseado na forma Sonata.

Pedro F. Finisterra

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2016
Instrumento(s)

Escrita para o Festival UNDERSCORE 2017.
O video consiste em um excerto do filme Blue Angel de Josef von Sternberg - estrelando Marlene Dietrich.
A música original é "Falling in Love Again (Can't Help It)" de Friedrich Hollaender, Alemanha 1930.
Escrita entre 2011 e 2017 como parte do meu portefólio de composição do meu primeiro (1º) ano de mestrando na Escola Superior de Música de Lisboa.

Pequena peça composta no âmbito da disciplina de composição com o Professor João Madureira em 2015. Nesta peça foi trabalhada a técnica dos modos de transposição limitada de Olivier Messiaen. Está dividida em duas partes: a primeira é baseada no primeiro modo, e a segunda parte é baseada na sua transposição. Fernando Pessoa neste poema “ensina-nos” a amar todos os momentos e recordações da nossa vida, sendo esses momentos bons ou maus. A peça no geral tem um ambiente calmo e misterioso com o intuito e intensificar a mensagem do poema: a vida é algo que não sabemos o que virá, mas que a devemos aproveitar ao máximo. “O passado pode ensinar, mas não pode ser vivido de novo. O futuro pode ser construído, mas só será vivido quando virar presente”.

Evandro Meneses

Evento/Concerto/Projecto Peças Frescas 2016
Instrumento(s)

Num multiverso coexistem diferentes universos, tais como o nosso, que no decorrer de milhões de anos expandem-se e contraem-se até colapsarem numa singularidade. Tendo em conta que é possível atravessar de um universo para o outro por meio de buracos negros e buracos brancos, é fácil se perder na imensidão do espaço. E da mesma forma que eventualmente na nossa pesquisa encontraremos pelo meio algum cataclismo estelar como a explosão de uma supernova, também é fácil ficar sozinho no meio de um grande vazio.

O grande ensemble permite acompanhar musicalmente a viagem, com múltiplos eventos a decorrerem em simultâneo ou uma grande força cósmica a orquestrar um tutti muito coeso. A história de cada um dos universos é contada por meio dos episódios de expansão e contração musicais, tanto no aspecto rítmico como no de densidade da textura. O que parecem simples instrumentos a brincarem com motivos simples como se fossem um particular jogo do esconde-esconde estelar, ganham rapidamente força e aquecem até grandes temperaturas, para terminar por arrefecer pelo efeito da expansão.

Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

Catarina Bispo

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2015
2018

Disruption

Esta peça foi escrita a pedido do Professor C. Bochmann para o Grupo de Música Contemporânea da Universidade de Évora. O objectivo foi aproveitar as capacidades deste grupo de instrumentos pouco habitual, contrapondo o dinamismo dos ataques fortes do “tutti” com simples melodias fragmentadas por vários agrupamentos mais pequenos de instrumentos. A peça apresenta um forma A – B- A’.

2018

Ausência

Ausência | 

Num deserto sem água

Numa noite sem lua

Num País sem nome

Ou numa terra nua

 

Por maior que seja o desespero

Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Existe uma relação de poder entre criador e criatura:
Deus — Homem; Homem — máquina; pai — filho; autor — autoridade.
O desejo secular de todas as criaturas é passar além do criador.
Em “A Pedra de Sísifo” existe um criador e uma criatura.
Há também o momento em que Sísifo se senta a meio da colina, gesto dissidente contra o destino.

João Caldas

Instrumento(s)
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