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O horizonte de uma borboleta retrata uma espécie de metáfora da procura. A persistência em alcançar o desconhecido e o indefinido, através de sucessivas transformações. É também uma antípoda entre algo longínquo, eterno e misterioso (O horizonte), com algo frágil e de alcance singular (a borboleta). Representa ainda o paradigma da produção artística atual e do seu efeito efémero. Por outras palavras, a obra é criada, é apresentada (por vezes), tem o seu tempo de destaque (por vezes) e desaparece para sempre, tal como a curta vida “de uma borboleta”. Depois… “o horizonte” é demasiado grande para recordar um pequeno ponto.

Hugo Vasco Reis

 

Imagem de Fundo
Tela finalizada em 2007, pertencente à série “Ecos-Ventos” de Paula Rito. Acrílico e papel sobre tela, com as dimensões 80x150cm. Apresentada na galeria Quattro e na Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, em 2008 e 2009 respetivamente.

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2015
Instrumento(s)

Numa caixa, fechado, estava eu. Sem nada à volta. Via apenas negro e sentia-me preso, totalmente incapaz de sair do mesmo lugar. De repente caio no chão e somente consigo sentir desespero, tristeza, aflição e agonia. Tento combater estes fortes e negros sentimentos mas no final eles ganham e sou consumido na totalidade pela escuridão. Desapareço…

Pedro Latas

Evento/Concerto/Projecto Performance Colaborativa FMH-ESML
Instrumento(s)
2017

Nadir

Esta obra nasceu duas vezes e morreu uma. Uma primeira versão foi iniciada no fim de 2016 que chegou aos 6 minutos até ser completamente amarrotada e deitada ao lixo. No início de 2017 comecei a escrever aquela que viria a ser a ‘verdadeira’ Nadir.

Foi esta morte que me impulsionou a escrever a obra da forma que ela existe agora – 6 minutos de música e meses do maior bloqueio criativo. Mote – usar as fraquezas como armas, usar o sofrimento como ferramenta.

“A moeda do tempo

Distraí-me e tu ali já não estavas vendeste ao tempo

a glória do início e na mão recebeste

a moeda fria com que o tempo pagou a tua entrada.”

Gastão Cruz

“A moeda do tempo”, 2006 Por vezes o tempo passa e nós não nos apercebemos, pelo que no fim podemos nem nos aperceber do efeito que teve. É por isso que a “glória” passa pode desaparecer-nos e nem damos pela sua ida.

André Mota

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2017

Em Memória | Okiya Flor, livremente inspirada no livro Memórias de uma Gueixa de Arthur Golden, realiza-se uma síntese dramática e poética das memórias de uma rapariga japonesa de olhos claros – a Aprendiza –, que perdeu a família no incêndio da sua aldeia e que, sem que lhe fosse dada escolha, foi admitida numa casa de gueixas (Okiya), pela respetiva proprietária e gerente – a Mãe. Na Okiya, a mais experiente (também a mais rentável) e mais bonita gueixa de todas – a Gueixa – vê a sua posição ameaçada por essa rapariga, que, com os seus tão raros olhos de água, poderá facilmente substituí-la, também na preferência do melhor cliente (e homem mais poderoso da região) – o Senhor -, o que vem a suceder. Porém, enquanto a Gueixa ama um jovem – o Rapaz – que não tem meios para a emancipar, mas com quem se encontra sem permissão, a Aprendiza apaixona-se pelo Senhor, acabando igualmente por ser preterida. Ambas se apercebem, então, da sua condição e, verdadeiramente, do valor da vida e da morte.

2015

Manifesto

A música é tudo aquilo que eu quero. Tudo aquilo que eu procuro. É tudo o que eu não consigo explicar… Mas é também tudo o que (o intérprete e o ouvinte) quiser. Uma aproximação ao que nunca procurou e não vai ter. É, decerto, aquilo que conseguir sentir e viver. Reminiscências da vida, como lembranças de uma obra que nunca escreveu. Mas não é clara, nem afastada da realidade. Não é racional, nem sentimental. Nem objectiva, nem correcta, nem pomposa, nem erudita, nem antiga e muito menos universal. Confuso? … Mas, quem já amou sabendo o que é amar? A partir daqui deixa de ser minha, tornando-se nossa. É para ser ouvida hoje, enquanto faz sentido. Enquanto se entranha na pele. Enquanto transporta sem regresso. É o que arrepia, desfaz e nos deixa desarmados, curiosos, questionando se alguma vez voltará… O que eu procuro de forma tão insaciável e que vos quero mostrar, explicar desta forma. É o que faz imaginar e partir para longe, sem ter fim… “Sem ter fim…” De facto, o que mais importa na Música é a inexistência de um ponto final, como este.

Fábio Cachão

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2015
Instrumento(s)
2015

Mais

O poema de Sophia transmite-nos a melancolia e a revolta pela circularidade que a vida nos traz devido ao desejo de uma realidade diferente que teima em não aparecer, e o esforço para que isso aconteça. Esta peça fundamenta esse texto através do ambiente e da tensão escura e circulatória que constrói.

Rodrigo Cardoso

Evento/Concerto/Projecto Peças Frescas 2016
Instrumento(s)
2010

Intimidade

A peça Intimidade foi escrita entre o final de 2010 e o princípio de 2011 e é dedicada ao AiDuo de Artur Mendes e Iryna Brazhnik.
Escrevi nas Notas de Programa da estreia (em Maio de 2012 nos Jardins de Inverno do Teatro S. Luiz em Lisboa): “Intimidade é um conjunto de vários espaços diferentes, profundos, onde existem monólogos, diálogos e verdadeiros (des)encontros entre duas pessoas. Intimidade é um leque variado…da ternura ao ímpeto, do mistério à total transparência…Intimidade é isso mesmo, o que está por dentro. É algo que é só nosso.”
De um ponto de vista mais técnico, aproveitei para trabalhar questões como o(s) tipo(s) de diálogo que pode(m) existir no contexto da Música de Câmara entre os instrumentos envolvidos e ainda outras ideias que se prendem com a ressonância e a sua aplicação no contexto da composição musical.

Tiago Cabrita, março de 2016

Evento/Concerto/Projecto Obras e Textos
Instrumento(s)
2018

Hexagrama

Peça para Piano a 4 Mãos com inspiração no I Ching, o oráculo chinês. Os motivos/sons apresentam-se, substituem-se, aparecem aqui, reaparecem acolá, tal qual as linhas, ora fortes, ora fracas, que compõem os trigramas e, consequentemente, os Hexagramas.
A peça recebeu Menção Honrosa no VI Prémio de Composição Fernando Lopes-Graça 2017, promovido pela Câmara Municipal de Cascais, a Fundação D. Luís I e o Museu da Música Portuguesa.

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2018
Instrumento(s)

Imaginem que a vossa avó se transformava numa aranha… Imaginem que a morte é algo belo e delicado… Imaginem uma orquídea no deserto… Imaginem um astronauta no duche… Imaginem que o mundo era dominado por insectos… Agora imaginem esta peça…!

Manuel Moreira

Evento/Concerto/Projecto Semana da Composição 2017